Na escuridão de São Paulo,
Na realidade não sei onde estou
E assim, me calo,
Sem saber para onde vou
Doses de tequila,
Garrafas no chão
Esperando na fila,
Dois copos na mão
Marcas do cigarro queimado
Aparecem na pele fria
Um sofrimento calado
Enquanto eu a via
Sorrindo ao longe
Mas não para mim
Me vê, e foge
Esse é o meu fim
Acendo o baseado
Aquele que era dela
Um trago pesado
E morro à imagem singela
Daquele belo sorriso
Que um dia foi meu
E agora tudo que eu preciso
É relembrar quem sou eu.
A vi passar
Leve
Não me vê
Nunca vê
Mas afinal
Quem sou?
Se não sua
Só sua
Sinto
Respiro
E dói
Seguro
De costas
Engulo
Vou-me
Mas não se vá
Corro
Não vejo nada
Sofro
Calada
Raios!
Anseios
Me deixem
Mas não me deixe
Incessantes gotas
Escorriam por teu rosto
Eu pude vê-lo brilhar
Quando abriste um sorriso
Fazia frio
A chuva insistia em cair
Mas em meio a tremedeiras
Eu a tive em mim
Minutos eternos
Mal eles duraram
Senti tua pele
Por infinitos segundos
Eles logo passaram
E eu não queria ir
Mas com um breve sorriso
Eu a vi partir
04/04/16
quero tanto
que não quero mais
não aguento o enquanto,
a insegurança aqui faz
sua morada infeliz
tirando a minha paz
e aquilo que eu nunca fiz
caminha para o jamais
não tenho capacidade
de fazer o que quero
nessa cidade
só há o desespero
e tenho muito medo
de me deixar sentir
muitas vezes pensando
será que devo existir?
fecho um olho
fecho a mim
na parede o espelho
mostra um negro sem fim
um autorretrato
em busca incessante
de um autoconhecimento
para essa mente inconstante
devo me abrir?
a pergunta grita
consigo sair?
a garganta solta
mais um som falhando
nessa medíocre vida
19 anos procurando
será que há saída?
"É a arte de poetizar que nos permite exprimir aquilo que está dentro de nós."
Ao teu lado diminuo o passo
Quero aproveitar cada segundo
Não quero um espaço
Só perder-me no teu mundo
Nunca esqueço
Daquele primeiro dia
No teu berço
Eu senti a calmaria
Que só sentiria contigo
Pois eu vi meu lar
No teu peito amigo
Que aprendeu a me amar
E se eu a tenho pra mim
Sonho, não quero acordar
Para não chegar ao fim
Como na imensidão do mar